WILLYS INTERLAGOS - Curiosidades

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O interlagos foi mostrado no II Salão do Automóvel em 1961, mas a sua produção regular começou em janeiro de 1962 se estendendo até 1966. Era vendido nas concessionárias Willys apenas sob encomenda e durante este período foram produzidos um total de 822 unidades incluindo as três versões de carroceria: cupê ( com o capô traseiro em linha mais definida, como em um três volumes ), conversível ( o primeiro da indústria nacional ) e berlineta ( carroceria fechada, com perfil fastback ). O nome Interlagos foi sugestão do publicitário e jornalista Mauro Salles, em alusão ao autódromo paulistano.
O interlagos era uma versão brasileira do Renault Alpine A 108 francês, muito parecido com os carros esportes mais famosos da época tipo Porsche e Ferrari, foi o primeiro carro nacional com carroceria de plástico ( poliéster ) reforçado com fibra-de-vidro, desta forma, reduzindo os custos, já que, por ser fabricado por encomenda e em baixa escala, seria inviável sua produção em chapas de aço pois necessitaria de maquinário muito caro, apresentava sistema de suspensão independente e motor traseiro. Chegava a atingir a velocidade máxima de 170Km/hora. Devido as suas características esportivas, foi um carro muito utilizado em competições sendo imbatível na sua categoria.
O motor básico era o do Renault 1093, com a mesma cilindrada do motor do Gordini ( 845cc ), mas com 42cv, o Gordini tinha somente 32 cv, porém também podia ser encomendado com 904cc ( 56cv ) e 998cc ( 70 cv ) versão de competição utilizado apenas na berlineta.
Nos motores de 904 e 998cc eram substituídas as camisas para serem utilizados pistões com diâmetros maiores, ou seja: no modelo original, 845cc, o diâmetro do pistão era 58 mm, no 904cc o diâmetro do pistão passava para 60 mm e 63 mm para os modelos de 998cc, mantendo o mesmo curso de 80 mm. No motor de 998cc era utilizado carburador Weber de corpo duplo além do comando de válvulas mais “bravo”. A taxa de compressão foi aumentada para 9,8:1, contra 7,7:1 do modelo original, exigindo o uso de gasolina azul, sendo o primeiro veículo nacional a ter essa especificação.
Na prática eram motores de competição com baixíssimo torque, refrigeração e filtragem de ar precária o que os tornava inadequados para o uso urbano além de comprometer a sua vida útil.
Esta geração de motores recebeu aperfeiçoamentos e veio a equipar o Corcel I já na versão CHT, e sobreviveu até os anos 90, equipando o Corcel II, Del Rey, Escort e finalmente chegando ao Gol / Voyage / Saveiro e Parati na fase da Autolatina.
Nas pistas de corridas, o Interlagos, através da equipe Willys foi presença constante no automobilismo brasileiro até a absorção pela Ford em 1967, enfrentando com muita bravura os seus concorrentes diretos, principalmente à Vemag com o DKW equipado com motor de dois tempos. Sendo inclusive por causa do sucesso do Interlagos que a Vemag viria a investir no projeto e produção do esportivo Puma GT Malzoni, outro grande sucesso dentro e fora das pistas.
Hoje as poucas unidades restantes se tornaram alvo dos colecionadores, pois das 822 unidades produzidas calcula-se que ainda existam menos de 20% considerando que até para o exterior exemplares deste clássico da infância da nossa indústria foram enviados de forma clandestina.

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