SANTA MATILDE - Curiosidades

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Com a proibição das importações de automóveis e suas peças em 1975, diversos projetos de carros nacionais surgiram, entre estes o do Santa Matilde.
O Sr. Humberto utilizou a estrutura da sua fábrica de vagões de trem localizada em Três Rios, RJ para após alguns protótipos, produzir em 1978 o primeiro Santa Matilde. Esporte de linhas harmoniosas, apresentando interior em couro, ar condicionado, rodas de liga leve além de partes cromadas no seu motor Chevrolet 250S . A mecânica era a do Opala incluindo partes da suspensão, porém com medidas entre eixos mais curta e motor instalado mais atrás da suspensão dianteira.
A carroceria, seguia o conceito de utilizar a fibra de vidro, porém era fixada sobre um chassi galvanizado com certificação para 35 anos contra a corrosão. O carro já apresentava em 1978 a instalação de chapas metálicas revestindo internamente as portas a fim de proteger os ocupantes do SM de possíveis colisões laterais o que não era encontrado em nenhum outro carro nacional.
Devido ao seu alto valor de comercialização era o “mais caro carro nacional”, um privilégio para poucos. Custava mais que um Ford Landau e o dobro de um Opala Diplomata.
As evoluções nos modelos eram feitas conforme a produção dos carros, os problemas eram corrigidos sem esperar o lançamento de um novo modelo, então é possível encontrar diferenças entre carros do mesmo ano.
Em 1984 houve uma mudança significativa no modelo, nascendo o 3 volumes chamado de “Coupê”, com sinaleiras menores, novo painel e rodas de aro 15” com novo desenho produzidas pela Glicério, além da capacidade do tanque de combustível ser aumentada para 84 litros contra os 54 litros nos modelos anteriores.
Em 1984 surgiu o modelo conversível, tendo o mecanismo de abertura da capota sido copiado de uma Mercedes 450 SLC 1974.
No final de 1976 os faróis redondos davam lugar aos retangulares usados nos VW Santana e a carroceria ganhava novos ângulos, acompanhando a tendência da época. A mudança dos faróis não aconteceu nos modelos conversíveis que continuaram utilizando os 4 faróis redondos até o fim da sua produção em 1990.
Em 1987, vários problemas envolvendo o sindicato dos metalúrgicos afetaram a continuidade da produção dos SM. O comando da fábrica passou a ser feito por membros do sindicato dos trabalhadores sem interesse no setor automotivo, então todo o acervo técnico foi destruído.
A fabricação foi sendo reduzida até 1995 e sabe-se que um único modelo foi finalizado em 1997.
Um fato que ficou marcado na história do SM foi a presença do Sr. Humberto, o criador do automóvel, durante todo o processo de fabricação, atento aos detalhes, e responsável por todas as decisões relativas ao projeto. Carregava sempre consigo uma caneta-estilete, sendo que quando uma pintura não estivesse de acordo com os padrões exigidos o carro era riscado para que trabalho fosse refeito, até mesmo o estofamento não fugia à regra sendo que diversos foram cortados com o estilete.

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